tumultos em chaise-longue


melancolia zündapp

# lxxviii
. na vida como nos filmes, coração, o ponto menos vulnerável.
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errata d’helder, l. página cento e vinte e um, linha sete, onde se lê acesso deve ler-se avesso.
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errata d’helder, xlix. página cento e quinze, linha nove, onde se lê pedagogia deve ler-se demagogia.
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errata d’helder, xlviii. página cento e treze, linha dezoito, onde se lê natividade deve ler-se fatalidade.
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melancolia zündapp

# lxxvii
. ou esperar no coração a outra solução, a solidão.
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errata d’helder, xlvii. página cento e dez, linha dois, onde se lê consumação deve ler-se consumição.
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o erro e a pedra

# xxii
. a pedra é a extensão da mão, portanto uma prótese volante.
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melancolia zündapp

# lxxvi
. o amor é um placebo, a solução para o problema é a fluoxetina.
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errata d’helder, xlvi. página cento e nove, linha vinte, onde se lê modéstia deve ler-se moléstia.
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o erro e a pedra

# xxi
. a pedra inclui a promessa no arremesso. certeza é nome diferente.
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melancolia zündapp

# lxxv
. antes a serotonina do que o amor.
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errata d’helder, xlv. página cento e nove, linha dezassete, onde se lê caso deve ler-se asco.
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o erro e a pedra

# xx
. a tarefa de empurrar repetidamente a mesma pedra morro acima até ao cume sem jamais lograr concretizar a empreitada é quanto custou a σίσυφος o erro de enganar a morte.
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melancolia zündapp

# lxxiv
. o coração é um sifão.
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errata d’helder, xliv. página cento e nove, linha doze, onde se lê alma deve ler-se lama.
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o erro e a pedra

# xix
. propiciada a barricada – ou seja, definida a base e estabelecido o horizonte –, para o exercício da situação, por e para o contraste, antes sobre a calçada do que sobre a praia.
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melancolia zündapp

# lxxiii
. fortitude, o coração nas mãos. o de outrem.
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errata d’helder, xliii. página cento e oito, linha três, onde se lê à tona deve ler-se à toa.
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melancolia zündapp

# lxxii
. no amor não há escala. a estupidez implícita e que implica é suficiente.
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errata d’helder, xliii. página cento e quatro, linha onze, onde se lê dobra deve ler-se borda.
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melancolia zündapp

# lxxi
. o amor é um lugar óbvio. apenas a fuga daí - através da morte, quando necessário - salva.
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errata d’helder, xlii. página cento e um, linha doze, onde se lê comissões deve ler-se comichões.
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melancolia zündapp

# lxx
. entre coração ou fígado?, o que for melhor com cerveja.
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errata d’helder, xli. página cento e um, linha sete, onde se lê orgulho deve ler-se gorgulho.
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melancolia zündapp

# lxix
. dar um tiro no coração e não lhe acertar é o sublime da fatalidade. falhar outra vez é o destino.
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melancolia zündapp

# lxviii
. o poder de almotolia do coração é o desespero, quando o sangue acelera e aquece, o universo das hipóteses de captura falhada se expande, atingindo uma dimensão não computável. que fazer?, a esta pergunta nenhum coração responde quando é necessário.
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o erro e a pedra

# xviii
. haja ou não motivo para tal, há sempre oportunidade para arremessar outra vez a pedra.
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melancolia zündapp

# lxvii
. o coração é um órgão cercado pelo que consegue alcançar. a miséria sente-se por dentro.
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o erro e a pedra

# xvii
. na fantasia das hipóteses entre o certo e o erro, onde é que o nada tem lugar?
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melancolia zündapp

# lxvi
. moléstias de coração, a paixão, o amor, portanto a febre e sempre a traição.
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o erro e a pedra

# xvi
. o erro é uma hipótese, apenas uma hipótese. errar é o horizonte completo.
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melancolia zündapp

# lxv
. qualquer coração que funcione na condição de smooth operator é fatalmente porque traído ou porque traidor.
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o erro e a pedra

# xv
. a pedra é um instrumento de aferição tanto da capacidade de alcance quanto do desvio entre o acerto e a falha.
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melancolia zündapp

# lxiv
. esteja ou não sob assalto, independentemente do regime de sístoles e diástoles, o coração opera em que frequência de traição?
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o erro e a pedra

# xiv
. na escala da contundência, no modo como amassa a carne ou o osso, a pedra é uma opção igual a qualquer outra. é irrelevante que seja diamante ou cascalho.
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melancolia zündapp

# lxiii
. há quem espere demasiado, excepto a traição, de um órgão esponjoso que opera em ciclos de contracção e descontracção sucessivos, como se fosse um harmónio obstinado cujo o ritmo varia consoante a solicitação e o alcance. quanta aspiração, quanta ilusão.
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o erro e a pedra

# xiii
. pode ser certo, pode ser erro, no entanto, no gesto, a pedra não é acidente.
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melancolia zündapp

# lxii
. coração sputnik, nenhum é ou foi constituído para ser isso.
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errata d’helder, xl. página noventa e oito, linha onze, onde se lê louça deve ler-se louca.
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o erro e a pedra

# xii
. a noite não é tenra, é só americana.
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errata d’helder, xxxix. página noventa e três, linha oito, onde se lê coleira deve ler-se coléra.
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o erro e a pedra

# xi
. para efeitos de apreciação e julgamento, é mais relevante o destino da pedra do que o arremesso dela.
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errata d’helder, xxxviii. página noventa e um, linha um, onde se lê histórica deve ler-se histérica.
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melancolia zündapp

# lxi
. não há corações gémeos, há apenas contingências, casos e acasos.
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errata d’helder, xxxvii. página noventa, linha vinte, onde se lê frescura deve ler-se fressura.
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o erro e a pedra

# x
. no erro não há intenção.
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errata d’helder, xxxvi. página noventa, linha onze, onde se lê viúva deve ler-se vulva.
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o erro e a pedra

# ix
. a certeza é algo que exige mais uma chaga, a quinta.
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errata d’helder, xxxv. página noventa, linha quatro, onde se lê plácido deve ler-se flácido.
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melancolia zündapp

# lx
. nenhum coração mata na solidão em que percute.
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